A endometriose é uma doença inflamatória crônica muito prevalente, caracterizada pela presença de tecido semelhante ao endométrio (tecido que reveste o útero internamente), fora do útero.

Acomete mais de 176 milhões de mulheres no mundo e pode causar dor pélvica, cólicas menstruais, dispareunia (dor durante a relação sexual), dor / sangramento para urinar ou evacuar e infertilidade, com importante impacto direto na qualidade de vida dessas pacientes. É a principal causa de dor pélvica crônica em mulheres em idade reprodutiva.

A endometriose tem origem multifatorial e um relevante fator genético (parentes de primeiro grau tem 7 vezes mais chances de ter endometriose) e epigenético, ou seja, está diretamente relacionada ao estilo de vida (alimentação, sono, prática de atividade física, manejo de estresse).

Existem várias teorias para explicar a origem da endometriose. Durante muito tempo a teoria de Sampson ou da menstruação retrógrada (refluxo de células endometriais pelas tubas uterinas durante a menstruação) foi a teoria mais aceita, mas hoje sabemos que ela não explica todas as formas de apresentação e localização da doença. Outras teorias que poderiam explicar a origem da endometriose são: Genética e epigenética, Embriológica ou Mülleriana, Metaplasia celômica, Hematogênica e linfática, além das lesões de origem iatrogênica (endometriose na cicatriz de cesárea na parede abdominal).

O diagnóstico é realizado com história clínica e familiar detalhada, exame físico minucioso e exames complementares de imagem:

• Ultrassonografia pélvica transvaginal com preparo intestinal
• Ressonância magnética da pelve com preparo intestinal.

O tempo médio para o diagnóstico da endometriose é de cerca de 8 anos, mesmo em mulheres que fazem exames anuais de rotina. Isso ocorre porque os exames de rotina são realizados, na maioria das vezes, por médicos não-especialistas na doença e sem um preparo intestinal prévio adequado, reduzindo a sensibilidade do ultrassom para a detecção das lesões.